terça-feira, março 19, 2024

4 vezes que caminhoneiros pararam o Brasil

As manifestações de caminhoneiros que correm o Brasil desde 1º de agosto, devido o aumento das alíquotas do combustível, tem movimentado a categoria e levantado muitas questões. Uma delas é: será que esse tipo de manifestação dá resultado? Parar rodovias e protestar de forma pacífica é uma forma de trazer melhorias ou só prejudica a categoria? Pensando nisso, separamos 4 vezes que os caminhoneiros pararam o Brasil, se unindo e mostrando sua força. Vamos recordar?

 

Paralisação geral – 1999

Uma das maiores paralisações feitas por caminhoneiros na história do país, os estradeiros chegaram a ficar parados por mais de 1 semana, realizando reuniões e negociações com o governo, em busca de suas reivindicações. Tiveram apoio de outros segmentos como empresas transportadoras e postos de combustíveis, além do apoio da sociedade em geral. A manifestação chamou a atenção na época e os caminhoneiros pararam o Brasil – foram mais de 800 mil caminhões parados em todo o país. No fim, algumas reivindicações foram atendidas, incluindo a principal que era a mudança do peso por eixo que passou de 5% para 7,5%, por isso os estradeiros decidiram por fim à paralisação.

 

Greve dos tanqueiros – 2012

Esses protestos se concentraram apenas em São Paulo e pediam o fim das restrições de circulação de caminhões na Marginal Tietê, que haviam começado a valer naquele ano. Como consequencia da paralisação, em alguns dias a cidade de São Paulo ficou sem combustível, o que trouxe a atenção das autoridades. Segundo cálculos do Sindicam, haviam 800 caminhões que fazem o abastecimento de combustíveis parados. Apenas os serviços de emergência, como bombeiros, polícia, aeroportos e serviços de saúde recebiam abastecimento. Após 3 dias de greve, a Prefeitura de São Paulo obteve uma decisão judicial determinando a volta da distribuição do combustível e a paralisação teve fim. Apesar das reivindicações não terem sido atendidas da forma como se esperava, o episódio serviu de exemplo para mostrar a força e importância dos motoristas.

 

Caminhoneiros rumo à Brasília – 2015

Houve manifestações por todo o Brasil e alguns caminhoneiros foram à Brasília com seus caminhões, para protestar. As reivindicações eram muitas: congelar o preço do combustível, sansão sem vetos da Lei do Motorista e até o perdão de multas aplicadas aos manifestantes em ocasião dos protestos. No final, os caminhoneiros pararam o Brasil e conseguiram algumas vitórias: aprovação da nova Lei do Motorista, em substituição à antiga, a criação da tabela mínima de frete e um lugar para representantes dos autônomos serem ouvidos nos assuntos do transporte – antes apenas embarcadores e sindicatos eram ouvidos. Apesar da paralisação, infelizmente muitas reivindicações ficaram sem resposta, como a não cobrança do eixo erguido, garantida por lei, mas não aderida na época pelas rodovias estaduais de Paraná e São Paulo. Leia mais sobre as reivindicações que não foram atendidas no Pé na Estrada.

 

Protestos em favor do aumento do frete – 2017

 

Desde o início das manifestações, que aconteceram em janeiro deste ano e duraram cerca de uma semana, os objetivos eram bem claros: aumento do frete e obrigatoriedade do cumprimento de uma tabela mínima já existente no estado. Os estradeiros pararam rodovias em Rondonópolis, Mato Grosso, com faixas e placas em seus caminhões, pedindo por melhorias. Após uma semana de protestos pacíficos e muitas negociações, os caminhoneiros pararam o Brasil e o resultado foi positivo: os estradeiros conseguiram a implementação da Tabela Sefaz (tabela feita pela secretaria da fazenda), como sendo uma tabela mínima obrigatória no estado, além do preço do frete aumentado.

Agora, resta saber qual será o resultado das manifestações desse mês contra o aumento no imposto sobre os combustíveis. Ainda essa semana, apesar da queda da suspensão do aumento nas alíquotas do PIS/Cofins, juiz federal da Paraíba suspendeu o reajuste em todo o estado. No restante do país, o aumento segue o mesmo e o preço do combustível continua alto. As manifestações, que começaram no dia 1º, seguem acontecendo em alguns pontos do Brasil.

 

Por Pietra Alcântara

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