quarta-feira, abril 24, 2024

Caminhoneiros são ou não contra o piso mínimo de frete?

O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse na live realizada semana passada, 21, nas redes sociais do Presidente da República, Jair Bolsonaro, que a maioria dos caminhoneiros era contra o piso mínimo de frete.

Segundo o ministro, sem mostrar a fonte, a informação veio de uma enquete feita na internet pelos próprios caminhoneiros, em que 80% dos respondentes se mostravam contrários a tabela. 

Para Tarcísio, “a tabela afastou o trabalho dos caminhoneiros”. No seu entendimento, o piso mínimo não garantiu uma melhor remuneração e não garantiu o trabalho a categoria.

contra o piso minimo

Clique aqui e assista a entrevista com o Ministro da Infraestrutura.

O Pé na Estrada, através de seu Instagram, também realizou uma pesquisa na última sexta, 22, para saber a opinião dos nossos seguidores em relação ao piso mínimo de frete. O resultado foi praticamente o oposto da pesquisa citada pelo ministro.

Com um pouco mais de três mil votantes em nossa enquete, 80% foram favoráveis e apenas 20% foram contra o piso mínimo.

Além disso, nossa equipe foi até o Posto Campeão 28, KM 28,5 da Rodovia dos Bandeirantes, São Paulo, para saber a opinião dos caminhoneiros que paravam para abastecer antes de prosseguir viagem.

Todos os motoristas entrevistados, independentemente se era autônomo ou se trabalhava para uma transportadora, responderam que são a favor do piso mínimo.

No entanto, há algumas ressalvas a serem feitas, como expõe Marcelo Ribeiro, caminhoneiro que trabalha para uma transportadora:

“Eu sou a favor de aumentar o piso. O pedágio é caro, se eu for parar para consertar um pneu é 70, 90 reais”, disse o motorista.

Paralisação  

Se houve um consenso entre os motoristas em relação a tabela de frete, o mesmo não pode se dizer sobre uma possível greve da categoria no próximo dia 1º de fevereiro.

Marcelo é contrário a paralisação porque acredita que não é o momento certo já que estamos vivendo uma pandemia. Johnatan Klipp, autônomo, diz que a greve não iria solucionar o problema dos caminhoneiros:

“Não resolve. Já teve outras greves anteriores, resolveu alguma coisa? Se não tiver ninguém cabeça pra ir lá e resolver não vai adiantar”.

Para Gilmar Ferreira, que trabalha para uma empresa, a greve não vai dar em nada, mas afirma que está do lado da maioria. Já Eduardo Ribeiro, é a favor da paralisação por entender que algo precisa melhorar.

A não fiscalização da tabela de frete pela ANTT é uma das principais reinvindicações de grupos de caminhoneiros que desejam a paralisação.

A Política Nacional de Pisos Mínimos foi criada pelo Governo Federal em resposta à greve dos caminhoneiros ocorrida em maio de 2018. Antes feita como uma medida provisória, ela virou lei em 8 de agosto de 2018.

 

Por Wellington Nascimento

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