terça-feira, abril 16, 2024

Greve de caminhoneiros no Paraguai afeta regiões de fronteira com o Brasil

Segundo o portal local ABC Color, desde a madrugada da segunda-feira, 29, centenas de caminhões estão parados em rodovias por todo o Paraguai. Somente nessa data, a greve de caminhoneiros no Paraguai fechou rodovias em cinco pontos do Alto Paraná, no Km 10 de Cidade do Leste, Km 30 de Minga Guazú, Hernandarias, Santa Rita e O’leary.

Os estradeiros se manisfestam contra um acordo entre o governo do país e o Mato Grosso do Sul que permite que treminhões ou bitrens possam levar as safras brasileiras e paraguaias de milho e soja até o porto de Concepción, no Paraguai.

De acordo com o Portal R7, estradeiros paraguaios argumentam que os motoristas brasileiros serão beneficiados com a medida, uma vez que, até agora, os bitrens eram proibidos de circular no Paraguai e que portanto não há motoristas paraguaios dirigindo este tipo de caminhão.

Além disso, os caminhoneiros afirmam que a Rota 5 — a rodovia paraguaia pela qual a carga seria escoada — não possui infraestrutura para suportar os caminhões maiores.

 Veja também: 10 vezes que os caminhoneiros pararam o Brasil

 

Reflexos da paralização

Em Cidade do Leste, a paralisação acontece no km 10, na rodovia de acesso à Ponte Internacional da Amizade. O protesto na fronteira tem causado demora na liberação de cargas que deveriam entrar no Brasil, por Foz do Iguaçu.

Com os caminhões parados, vários setores do comércio paraguaio começam a ficar desabastecidos, como, por exemplo, postos de combustíveis de Cidade do Leste que já estão sem nafta, um similar da gasolina.

A Associação de Proprietários e Operadores de Postos de Combustível e Afins (Apesa), informou que 40 caminhões carregados com combustível esperam a liberação. O estoque de diesel nos postos também está chegando ao fim. As informações são da Rádio Cultura Foz.

Na fronteira com Foz do Iguaçu, mais de 650 caminhões aguardam nos acostamentos. Pelo menos cinco regiões com ligação com o Brasil foram afetadas. Os protestos atingem principalmente o escoamento das safras de soja e milho para o território brasileiro. Somente na Estação Aduaneira do Interior (EADI-Sul), em Foz, deixaram de ser liberadas em dois dias 600 cargas que não chegaram a entrar no pátio.

 

O outro lado

Os brasileiros reclamam de estar servindo de “massa de manobra” para os paraguaios. “A maioria aqui é de brasileiros. Nem mesmo eles estão unidos e acabamos prejudicados”, comentou ao Gazeta do Povo o caminhoneiro Cláudio Morasques, de São Lourenço do Oeste (SC). “Quando fazemos greve no Brasil, quem não quer ficar pode voltar. Aqui não. Ameaçaram quebrar o caminhão se alguém resolver sair”, comentou José Carrizo, de Pato Branco.

Segundo o Portal R7, o governo paraguaio afirma que os caminhoneiros não perderão seus empregos porque a carga que será transportada pelos bitrens não circulava pelo Paraguai e que a passagem da safra brasileira pela região norte do país irá gerar novos empregos.

Em uma nota oficial, o Ministério de Obras Públicas e Comunicações ressalta que o transporte feito pelos bitrens são seguros e que suportam 20% mais carga do que os caminhões paraguaios. O manifestantes afirmam que os bitrens suportam o dobro da carga de um caminhão normal, o que diminui a demanda dos serviços paraguaios.

Já a  Federação de Caminhoneiros do Paraguai se manifesta contra a permissão. Em todo o país, eles estimam que pelo menos 35 mil caminhoneiros perderão seu trabalho com a liberação. Segundo a Gazeta do Povo, motoristas paraguaios relatam que nos últimos meses já houve redução no valor do frete. Essa redução fez com que os lucros com transporte de cargas diminuíssem 50%. 

E você, carrega para o Paraguai? Qual a sua opinião sobre esse assunto?

 

Por Pietra Alcântara

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