Presidente de Portugal faz viagem de caminhão para entender realidade dos motoristas

Entender uma realidade ou um contexto muito diferente do seu pode ser uma tarefa difícil. Caminhoneiros de todo o Brasil sentem na pele os problemas da profissão, mas nem todo mundo vivencia as mesmas coisas e, por isso, fica mais difícil entender a gravidade da situação. Tendo isso em mente, o presidente de Portugal decidiu fazer uma viagem de caminhão de 6 horas entre duas cidades para entender melhor as dificuldades enfrentadas pelos profissionais do trecho.

Marcelo Rebelo de Sousa realizou a viagem entre a capital Lisboa e a cidade do Porto. A iniciativa, entretanto, partiu da Associação Motoristas do Asfalto, que enviaram uma carta ao presidente o convidando a fazer uma viagem de caminhão. A carta foi enviada em fevereiro de 2018 e em dezembro do mesmo ano, uma pequena viagem de 7 km foi feita na companhia do presidente.

Em janeiro deste ano, Marcelo Rebelo colocou o pé na estrada novamente e fez uma viagem de 6 horas acompanhado de Fernando Frazão, presidente da Associação Motoristas do Asfalto. Ele havia prometido, ainda em dezembro, que assim que pudesse faria uma viagem mais longa.

 

A viagem

Durante o trajeto, o presidente viajou em três caminhões considerados premium pelo mercado: um MAN TGX, um DAF XF e um Renault Truck da Gama T.

Depois de uma parada para o almoço em Coimbra, o presidente Sousa seguiu a segunda metade do percurso com a motorista Alexandrina Santos, de Renault. Ela é caminhoneira há 20 anos e faz viagens entre Portugal, Holanda, Bélgica, Inglaterra e Alemanha.

Alexandrina está entre as 50 caminhoneiras portuguesas que dirigem sozinhas pelas rodovias e contou sobre as condições difíceis que vive nas estradas, com estruturas voltadas apenas para os homens.

 

Problemas da categoria em Portugal

Não é só no Brasil que a categoria de motoristas profissionais sofre. Os problemas relatados ao presidente português durante o trajeto de 6 horas vão desde as condições ruins das estradas nacionais portuguesas à insegurança dos motoristas quanto a roubos e assaltos.

No país, a aposentadoria dos estradeiros também tem sido motivo de discussão. Caminhoneiros pedem para que a idade mínima para se aposentar baixe para 60 anos, além de se preocuparem com a falta de motoristas de caminhão no país, problema que muitos países no exterior, como os EUA, sofrem.

A desafaguem no frete e o preço no combustível também são assuntos de interesse dos estradeiros portugueses. Durante as paralisações de caminhoneiros no Brasil, em Portugal muitos aproveitaram para protestar também e dar atenção ao assunto.

 

E no Brasil?

Em terras brasileiras, por enquanto nenhum presidente do país chegou a fazer uma viagem semelhante a do chefe de Estado de Portugal. Porém há expectativa por parte da categoria de caminhoneiros que o atual Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, embarque em um caminhão para percorrer a BR 163 até Miritituba na época de chuva, para ver de perto as dificuldades dos estradeiros naquela região.

Quem já topou viajar de caminhão por aí para entender a demanda dos motoristas foi o presidente da Volvo, Roger Alm, junto com o jornalista Pedro Trucão. O empresário já passou por essa experiência de percorrer as estradas brasileiras por quatro vezes. A última foi em 2014, em Minas Gerais. Clique aqui para assistir.

 

E você parceiro, o que achou da iniciativa do presidente de Portugal?

 

Por Pietra Alcântara com informações do Transporta Brasil e Mundo Lusíada

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