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Setor do transporte segue em alta em meio ao desemprego; autônomo não vê melhora no trabalho

Apesar dos efeitos da segunda onda da pandemia do novo coronavírus no Brasil, que elevou ainda mais o nível de desempregados no país, o setor de transporte segue em alta no mercado de trabalho e mantém um saldo positivo no número de empregos formais.

Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), publicados na última quinta-feira, 27, o mês de abril fechou com saldo positivo de 7.255 cargos ocupados, ou seja, foram mais pessoas contratadas que desligadas. Foram 58.735 profissionais admitidos contra 51.480 desligados.

Nos primeiros quatro meses de 2021, o saldo é ainda mais positivo, com 28.542 empregos formais a mais no mercado de trabalho do transporte.

Considerando os diferentes modais, o segmento de caminhões apresentou o melhor desempenho no acumulado de janeiro a abril. Foram 196.471 contratações e 150.689 demissões, um saldo positivo de 45.782 empregos formais. O impacto negativo no setor fica com os transportes rodoviários de passageiros urbanos e de longo curso, com 13.463 empregos a menos.

Caminhões nas ruas

Alta no PIB anima investimentos e mascara desempregos

O Brasil registrou no mês de abril cerca de 14,4 milhões de desempregados, o maior número da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD contínua), que começou em 2012. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em paralelo a isso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, vem crescendo desde o segundo trimestre de 2020, mesmo com a alta taxa de desemprego no país.

Nos primeiro quatros meses deste ano, o PIB cresceu 1,2% se comparado com o mesmo período do ano anterior, um patamar de pré-pandemia. A melhora da economia veio dos resultados positivos do primeiro trimestre do ano da agropecuária (5,1%) e da indústria (3%).

Segundo o UOL, no setor de serviços, responsável por 73% de todo o PIB, o segmento de transportes foi o que mais contribuiu com 3,6% de participação. 

Com esse contínuo sinal de reação do PIB, empresas têm feito investimentos para este ano. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as empresas anunciaram cerca de R$ 164 bilhões em investimentos até meados de maio de 2021. 

No transporte, leilões de portos, ferrovias e aeroportos para concessões privadas têm garantido investimentos na infraestrutura do setor. Para o próximo semestre, estão previstos, por enquanto, o leilão de mais 3 portos: Mucuripe (CE), Imbituba (SC) e Salvador (BA).

Para 2021, economistas do mercado financeiro projetam um crescimento no PIB de 3,52% para 3,96%, conforme relatório do Mercado Focus.

O relatório também traz um aumento da inflação para 2021, que está acima do teto para o ano, de 5,25%. A previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 5,24% para 5,31%. Há um mês atrás, esse índice era de 3,61%. 

Autônomo não vê melhora

Embora os dados mostrem que o setor do transporte esteja em alta, o segmento de motoristas autônomos não tem a mesma percepção. O diesel segue aumentando, enquanto motoristas reclamam que o frete não acompanha. O esperado aquecimento da economia para o segundo semestre tende a aumentar a demanda por caminhões. Com o aumento da demanda, pode haver aumento do frete. 

A ANTT também tem anunciado maior fiscalização da Lei do Piso Mínimo. Além disso, a integração dos dados anunciada pelo Programa Gigantes do Asfalto deve facilitar a fiscalização, aumentando a chance de o motorista conseguir exigir o valor do frete de acordo com a legislação. 

 

Por Wellington Nascimento

 

 

 

 

 

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